Autoridades tailandesas invadiram uma operação ilegal de mineração de Bitcoin em Ratchaburi, a oeste de Bangkok, depois que os moradores ficaram fartos dos constantes apagões que estavam acontecendo há mais de um mês. Na sexta-feira, policiais e autoridades da Provincial Electricity Authority (PEA) invadiram uma casa na cidade de Ratchaburi.

A casa era suspeita de ser usada como fachada para uma instalação secreta de mineração de Bitcoin, que consumia mais energia do que uma pequena vila, mas pagava apenas uma ninharia por isso.

Jamnong Chanwong, o chefe de segurança do distrito, disse:

“Encontramos plataformas de mineração de Bitcoin e ficou claro que as pessoas que administravam essa mina não estavam pagando suas contas de eletricidade integralmente.”

De acordo com Chanwong, o consumo de eletricidade da casa estava fora dos gráficos, mas os pagamentos feitos eram uma piada. A mineração de Bitcoin é notória por consumir eletricidade, graças aos computadores pesados ​​necessários para minerar a criptomoeda.

Na Tailândia, os mineradores devem ser taxados como os fabricantes, mas muitos vêm driblando o sistema há anos, realizando operações ilegais sem serem notados.

Chanwong revelou que o ataque não ocorreu sem alguns soluços. Na quinta-feira, sua equipe tentou entrar na casa, mas um guarda na porta recusou a entrada. No dia seguinte, eles retornaram com um mandado de busca em mãos, mas, a essa altura, a maior parte do equipamento de mineração já havia sido removida.

Esta não foi a primeira vez que eles invadiram uma mina ilegal de Bitcoin em Ratchaburi este ano — foi a quarta. A casa, alugada por uma empresa por cerca de quatro meses, provavelmente se tornou totalmente operacional em meados de julho, o que coincide com o início dos apagões que deixaram os moradores locais em pé de guerra.

Surpreendentemente, nenhuma prisão foi feita durante a operação, e parece que as pessoas por trás da operação conseguiram escapar.

A Tailândia ocupa a 10ª posição global na adoção de criptomoedas, com cerca de 21,9% da população se envolvendo com moedas digitais. A pandemia da COVID-19 apenas alimentou essa tendência, especialmente com o Bitcoin atingindo recordes.

O país também se tornou um hotspot para NFTs em 2021, liderando o mundo em usuários de NFT. O mercado de criptomoedas tailandês é apoiado por uma série de exchanges e instituições financeiras que estão se aprofundando nas tecnologias Web3.

Enquanto isso, o governo também está implementando iniciativas para manter a economia funcionando, como o esquema de dinheiro digital de US$ 12,4 bilhões que eles apelidaram de “Carteira Digital”.

Esta iniciativa dará dinheiro a pessoas de baixa renda, o que pode levar as moedas digitais ainda mais ao mainstream e fortalecer o ecossistema de criptomoedas na Tailândia.

Apesar do caso de amor do país com a criptomoeda, a Tailândia não deu às criptomoedas o status de moeda com curso legal. Sob o Decreto Real sobre Negócios de Ativos Digitais, elas são rotuladas como “ativos digitais”, o que significa que podem ser emitidas, negociadas e trocadas — mas apenas por operadores licenciados.

A Comissão de Valores Mobiliários da Tailândia (SEC) criou uma estrutura regulatória abrangente que elevou os limites de investimento para investidores de varejo em tokens digitais lastreados em imóveis ou infraestrutura.