Analistas de criptomoedas nigerianos expressaram fortes críticas após a saída da exchange cripto OKX da Nigéria. Esta saída gerou preocupações significativas sobre o cenário regulatório do país e seu impacto no setor de blockchain e criptomoeda em rápido crescimento.

Em conversa com o Cointelegraph, Rume Ophi, um acionista local de criptomoedas, expressou sua frustração com as saídas repentinas de várias exchanges de criptomoedas da Nigéria. Ele questionou como essas bolsas entraram no país e agora estão saindo rapidamente.

“É chocante saber que nós, como líderes da indústria, estamos tentando envolver o governo no caminho para uma boa regulamentação, e as bolsas já estão saindo por causa de regulamentações que nem conhecemos”, afirmou.

Progresso regulatório lento

Este lento progresso regulamentar é visto como um revés significativo para a Nigéria, especialmente em comparação com países como a África do Sul, que está a emergir como líder no mercado de criptomoedas do continente.

Ophi observou o forte contraste entre a proeminência do Bitcoin e da criptomoeda nas próximas eleições nos EUA e a confusão regulatória na Nigéria, chamando a situação de “embaraçosa, para dizer o mínimo”.

Fazendo comparações com a abordagem da União Europeia, Ophi destacou que a lei dos Mercados de Criptoativos (MiCA) da União Europeia (UE) continua a sofrer alterações e refinamentos através de esforços colaborativos.

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Ele instou a Assembleia Nacional da Nigéria a participar em discussões significativas para estabelecer regulamentos eficazes. “Regulamentos são uma questão de hora extra; gradualmente, melhoramos”, observou Ophi, enfatizando que os reguladores deveriam se concentrar em regular, em vez de fazer leis.

Peça regulamentações mais rápidas e transparentes

Obinna Uzoije, especialista em dados e políticas da Africa Policy Conversations, enfatizou a necessidade de um quadro regulamentar mais rápido, transparente e mais acolhedor, destacando o potencial da indústria para criar inúmeras oportunidades de emprego para os jovens nigerianos.

“Não se trata apenas de criptomoeda; foi considerado crime na Nigéria lidar com ativos digitais. Esta é toda uma indústria de profissionais de marketing, gerentes de comunidade, desenvolvedores, comerciantes e muito mais”, explicou ele.

A saída da OKX e de outras bolsas é vista como uma oportunidade perdida para a Nigéria, uma reminiscência do potencial perdido durante o mercado altista de 2021. Uzoije argumentou que a Nigéria precisa demonstrar liderança no setor de blockchain e criptomoeda, não apenas em palavras, mas em ações.

A bolsa OKX, no entanto, anunciou em 18 de julho que Malta servirá como seu centro MiCA para garantir a conformidade com os requisitos regulatórios da União Europeia. Isto contrasta com a sua decisão de cessar os serviços no país devido a “mudanças recentes nas leis e regulamentos locais”.

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