Os cidadãos da Venezuela e da Argentina têm recorrido cada vez mais às criptomoedas como uma tábua de salvação financeira. 

As altas taxas de inflação e a desvalorização da moeda impulsionaram a criptografia para a vanguarda das transações diárias e da preservação de poupanças nesses países. Esta mudança destaca uma tendência mais ampla em toda a América Latina, que ocupa o sétimo lugar na criptoeconomia global, com taxas de adoção significativas, apesar da sua menor escala económica.

A mudança da Venezuela para a criptografia em meio à crise econômica

As graves condições económicas da Venezuela sob o presidente Nicolás Maduro levaram à hiperinflação e ao colapso da moeda local, o Bolívar. Um relatório da Chainalysis indica que impressionantes 92,5% das transações de criptomoedas do país ocorrem por meio de exchanges centralizadas. 

Fonte: Chainlysis

O líder da oposição venezuelana, Leopoldo López, destacou o papel crucial das criptomoedas na salvaguarda da riqueza da população, afirmando que as stablecoins se tornaram uma medida defensiva crítica contra a hiperinflação, que ultrapassou as taxas de 1 milhão por cento.

Fonte: Chainlysis

Durante a pandemia da COVID-19, as criptomoedas também forneceram um canal vital para ajuda financeira. Com o presidente Maduro controlando os sistemas bancários convencionais, os pagamentos criptográficos permitiram apoio aos profissionais médicos, que de outra forma enfrentariam escassos ganhos mensais entre US$ 3 e US$ 5.

A dependência criptográfica da Argentina

A economia da Argentina tem lutado contra a instabilidade que dura há décadas, tendo o peso caído recentemente mais de 51,6%. Os argentinos adoptaram uma estratégia semelhante à da Venezuela, confiando fortemente em stablecoins como USDT e USDC para converter os seus ganhos e proteger a sua estabilidade financeira dos impactos da desvalorização. Esta tendência intensificou-se quando a taxa de inflação do país ultrapassou os 100%, a primeira em trinta anos. De acordo com a Chainalysis, a Argentina liderou os países latino-americanos em volume de transações criptográficas, totalizando cerca de US$ 85,4 bilhões.

Fonte: Chainalysis

Crescimento da criptografia no Brasil e no México

Além da Venezuela e da Argentina, outras nações latino-americanas, como o Brasil e o México, adotam as criptomoedas, embora com preferências e intensidades diferentes. O Brasil, conhecido pelo seu forte envolvimento com finanças descentralizadas, tem registado volumes consistentes de transações entre investidores profissionais e de retalho, apesar de uma queda nas grandes transferências institucionais. 

Fonte: Chainalysis

Em contraste, o México tem visto um crescimento significativo nas remessas baseadas em criptografia, principalmente dos EUA. Daniel Vogel, CEO da bolsa mexicana Bitso, observou que as remessas criptografadas representaram 5,4% do total do país, totalizando US$ 3,3 bilhões em 2022.

Fonte: Chainalysis

Embora as stablecoins sejam o ativo criptográfico preferido na Venezuela e na Argentina devido às suas condições econômicas, brasileiros e mexicanos mostram uma preferência mais ampla pelo Bitcoin e outras altcoins, usadas tanto para negociação quanto para investimentos de longo prazo. Esta diversificação sublinha o impacto variável e a integração das criptomoedas nas diferentes economias da América Latina.

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