Os promotores nigerianos acusaram a Binance e seu executivo Tigran Gambaryan de lavagem de dinheiro, afirmando que a bolsa de criptomoedas operava ilegalmente no país. As alegações foram trazidas à luz durante um julgamento em Abuja, onde Olubukola Akinwunmi, chefe de política e regulamentação de pagamentos do banco central da Nigéria, testemunhou contra a Binance.

Testemunho do Banco Central

Em seu depoimento, Akinwunmi enfatizou que a Binance não estava autorizada a facilitar o comércio de criptomoedas para os nigerianos. “O Banco Central da Nigéria não emitiu nenhuma licença para a Binance”, afirmou Akinwunmi, respondendo a perguntas de advogados que representam a Comissão de Crimes Económicos e Financeiros (EFCC), que está a processar Gambaryan e Binance. Este ponto é crucial, uma vez que as autoridades nigerianas alegam que a bolsa permitiu transações ilícitas através da sua troca online.

Binância em apuros?

O argumento da promotoria depende da alegação de que o serviço de negociação peer-to-peer (P2P) oferecido pela Binance funcionava como uma plataforma de lavagem de dinheiro, permitindo aos usuários trocar naira por outras moedas fiduciárias sem a devida autorização. “Esse tipo de serviço requer autorização do Banco Central da Nigéria, seja como doador autorizado ou como agência de câmbio”, testemunhou Akinwunmi. Ela também destacou que a plataforma P2P da Binance permitia a negociação de entidades pseudônimas, o que poderia complicar o rastreamento das transações e o cumprimento das regulamentações locais.

Defesa da Binance

Apesar das acusações, tanto Binance quanto Gambaryan negam qualquer irregularidade. A Binance afirma que impõe verificação rigorosa da identidade do cliente para usuários nigerianos, exigindo detalhes bancários locais e identificação emitida pelo governo para negociação. No entanto, devido às questões legais em curso, a bolsa descontinuou os seus serviços para utilizadores nigerianos, deixando cerca de 13 milhões de utilizadores à procura de plataformas alternativas.

Preocupações com a saúde e alegações de tomada de reféns

Gambaryan, executivo de compliance da Binance baseado nos EUA, está encarcerado na Nigéria desde abril e enfrenta graves problemas de saúde, incluindo malária e pneumonia. Seu advogado condenou a acusação como “tomada de reféns patrocinada pelo Estado”. Durante o julgamento, foi revelado que Gambaryan desmaiou no tribunal em Maio, o que levou a juíza Emeka Nwite a ordenar aos funcionários da prisão que lhe prestassem cuidados médicos adequados.

Curiosamente, apesar do Presidente da Nigéria, Bola Ahmed Tinubu, ter passado um ano no seu cargo, os regulamentos do país permanecem pouco claros.  Muito trabalho precisa ser feito antes que a Nigéria seja capaz de adotar ativos digitais e os investidores na região possam ter acesso a políticas que introduzam um quadro melhor para os ativos digitais.

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