Em resposta às críticas generalizadas no Chile, a Worldcoin anunciou alterações nos seus protocolos de coleta de dados. 

Astrid Vasconcellos, chefe de comunicação e marketing da empresa para a América Latina, enfatizou o compromisso da empresa com a segurança e a privacidade, afirmando que estas são fundamentais para o projeto Worldcoin. 

Vasconcellos garantiu ao público que as varreduras da íris não estão sendo cruzadas com dados pessoais e destacou a implementação de um novo método para verificar a idade dos visitantes chilenos aos seus centros operadores Orb. A Worldcoin também revelou que escaneou com sucesso mais de 1% da população chilena.

Desafios legais e preocupações públicas

A Fundação Kamanau, através do seu diretor executivo Moises Sánchez, levantou sérias preocupações em relação à adesão da Worldcoin à Lei dos Neuro-Direitos do Chile, especialmente com menores. Em entrevista à CNN Chile, Sánchez explicou que a empresa vinha coletando exames biométricos de menores sem obter o consentimento informado de seus pais ou responsáveis. Anunciou a interposição de recurso junto ao Tribunal de Apelações de Valparaíso para garantir que o Supremo Tribunal revise o caso.

Tribunal exige que WorldCoin exclua dados de Menor@moissessanchezr diretor executivo de @Kamanau_ referiu-se ao escopo da decisão do tribunal em @cooperativacien Entrevista completa https://t.co/Sp4MACfDcS1/2 pic.twitter.com/SXAZoXr6k6

– Fundação Kamanau (@Kamanau_) 2 de abril de 2024

Simultaneamente, um advogado chileno, Rodrigo Lagos, iniciou uma ação judicial semelhante no Tribunal de Apelações de Santiago. Lagos acusou a Worldcoin de permitir que sua filha de 17 anos fosse submetida a um exame de íris sem o consentimento dos pais. Estas ações legais sublinham o crescente escrutínio sobre as operações da Worldcoin relativas a menores.

Atualizações regulatórias e mudanças operacionais

A Worldcoin tomou medidas para refinar sua estrutura operacional no Chile, motivada por críticas e desafios legais. Vasconcellos reconheceu que os problemas iniciais podem ter resultado da natureza complexa do projecto e da desinformação generalizada. Ela esclareceu que a Worldcoin agora exige a apresentação de documentos de identificação válidos antes que os indivíduos possam acessar seus centros, deixando de depender de confirmações verbais.

A empresa também afirmou seu compromisso em alinhar suas operações com os mais altos padrões internacionais de processamento de dados pessoais e em manter os consumidores chilenos informados sobre o uso de seus dados. Esta mudança estratégica visa mitigar novos desafios jurídicos e aumentar a confiança do público no projeto.

Embora os esforços da Worldcoin para ajustar os seus procedimentos tenham sido reconhecidos, a empresa ainda enfrenta a tarefa de esclarecer os seus objectivos e educar o público chileno sobre as complexidades das suas operações. As discussões jurídicas em curso nos tribunais chilenos destacam a necessidade de uma comunicação clara e de uma adesão rigorosa às normas jurídicas para navegar na delicada questão da recolha de dados biométricos.

A postagem Worldcoin atualiza abordagens de coleta de dados no Chile após críticas apareceu pela primeira vez na Coinfea.