De acordo com os primeiros relatórios, a Rússia pode estar a avançar no sentido de legalizar stablecoins para pagamentos internacionais, a fim de mitigar os impactos das sanções internacionais e da exclusão dos sistemas financeiros tradicionais.

Stablecoins para escapar de sanções

O governo russo está supostamente contemplando a legalização de stablecoins para transações internacionais para facilitar pagamentos transfronteiriços para empresas russas em meio a sanções em curso. Esta potencial medida, noticiada pelo serviço noticioso Izvestia, procura dar resposta aos desafios enfrentados devido à exclusão do sistema SWIFT.

Essas stablecoins estão atreladas a moedas ou ativos estáveis, como o dólar americano ou o ouro. Como tal, devem ser menos voláteis do que criptomoedas puras como Bitcoin ou Ethereum, o que os torna mais adequados e com menor risco para transações internacionais. 

Discussões do Banco Central

O Banco Central da Federação Russa (CBR) está discutindo ativamente propostas para permitir o uso de stablecoins. Alexey Guznov, Vice-Presidente do Banco Central, enfatizou a importância desta iniciativa para simplificar as transações internacionais, especialmente com a China. 

Ele afirmou, 

“A questão é regular toda a cadeia que permitiria aos indivíduos transferir estes activos para o território da Federação Russa, acumulá-los aqui e utilizá-los para pagamentos transfronteiriços.”

Guznov também mencionou que esta iniciativa poderá conduzir a uma regulamentação permanente e não a uma medida temporária. Ele observou a necessidade de ajustar o quadro regulatório devido às características únicas e à ampla popularidade das stablecoins, que compartilham semelhanças tanto com os ativos financeiros digitais (DFAs) quanto com as criptomoedas.

BRICS e sistema de pagamento independente

O relatório sugere que as stablecoins podem ser uma ferramenta promissora para liquidações internacionais, especialmente para transações com países do BRICS – Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Esta iniciativa está alinhada com a recente decisão da Rússia de adoptar o yuan da China como referência para todas as negociações cambiais dentro do país.

Além disso, o bloco BRICS está a ganhar rapidamente mais importância na cena internacional. Existe até especulação de que uma moeda comum dos BRICS possa ser desenvolvida para facilitar as transacções internacionais entre estes países. Outros relatórios indicam o desenvolvimento contínuo de uma moeda digital e de um sistema de pagamento independente baseado em blockchain. 

O assessor do Kremlin, Yury Ushakov, apontou a importância de tal “Acordo de Reserva Contingente”, alegando: 

“Acreditamos que a criação de um sistema de pagamento independente do BRICS é uma meta importante para o futuro, que seria baseado em ferramentas de última geração, como tecnologias digitais e blockchain. O principal é garantir que seja conveniente para os governos, as pessoas comuns e as empresas, bem como que seja rentável e livre de política.”

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