Os reguladores da França e de Hong Kong assinam um memorando de entendimento para explorar CBDCs no atacado e tokenização.
Ambas as instituições pretendem explorar infraestruturas inovadoras do mercado financeiro que facilitem a liquidação interbancária contínua de dinheiro tokenizado através de CBDCs grossistas.
O Banque de France (BDF) e a Autoridade Monetária de Hong Kong (HKMA) anunciaram uma colaboração com foco em moedas digitais de bancos centrais no atacado (CBDCs) e na tokenização de ativos financeiros.
De acordo com o comunicado de imprensa, a parceria representa um marco significativo na promoção da inovação financeira e no aumento da interoperabilidade em moedas digitais.
A participação da HKMA no trabalho exploratório do Eurosistema do Banco Central Europeu (BCE) representa um grande passo em frente, tornando-a uma das primeiras instituições bancárias centrais fora do Eurosistema a aderir à iniciativa.
Interoperabilidade
Por meio do Memorando de Entendimento (MoU), o BDF e a HKMA pretendem avançar no estudo de CBDCs atacadistas e tokenização.
O Memorando de Entendimento fortalece a comunicação e a colaboração, estabelecendo as bases para avanços em novas tecnologias.
Tanto o BDF como o HKMA estabeleceram-se como pioneiros no campo dos CBDCs. A colaboração se concentrará na interoperabilidade entre a infraestrutura DL3S do BDF e o Project Ensemble Sandbox do HKMA.
O Project Ensemble da HKMA, anunciado no início deste ano, visa explorar infraestruturas inovadoras do mercado financeiro para liquidação interbancária de dinheiro tokenizado através de CBDCs grossistas.
A experiência procura optimizar a eficiência da liquidação em transacções internacionais e melhorar a interoperabilidade entre infra-estruturas do mercado financeiro em diferentes jurisdições.
Interesse crescente
O interesse nas CBDCs aumentou globalmente, com 94% dos bancos centrais explorando o potencial das moedas digitais em meio a apelos que incentivam a adoção para permanecerem competitivos com as moedas digitais privadas.
O Banco de Compensações Internacionais (BIS) e o Fundo Monetário Internacional (FMI) tornaram-se defensores vocais dos CBDCs, enfatizando o seu papel na modernização do sistema financeiro e na melhoria da eficiência das transações transfronteiriças.
O BIS também expressou apoio a iniciativas de tokenização, que envolvem a conversão de ativos físicos em tokens digitais em uma blockchain. O processo visa aumentar a eficiência, transparência e segurança das transações financeiras. Os projetos de tokenização do BIS, como o Projeto Promissa e o Projeto Aurum, concentram-se na digitalização de instrumentos financeiros e na exploração dos aspectos de privacidade dos CBDCs.
A maioria dos bancos centrais está atualmente a concentrar-se em CBDCs grossistas, que atendem a grandes transações entre instituições financeiras, em vez de CBDCs retalhistas destinados ao público em geral.
A probabilidade de os bancos centrais emitirem CBDCs grossistas nos próximos seis anos é maior do que a dos CBDCs retalhistas, que alguns reguladores acreditam que apresentam o risco de desestabilizar o sistema financeiro.