ONDE INVESTIR NO 2º SEMESTRE

Analistas veem criptomoedas apenas no início de um ciclo de novas altas

Conheça também três setores e três moedas virtuais que podem se valorizar no segundo semestre de 2024.

A metade de 2024 já passou e os investidores agora fazem um balanço do que foi o ano até agora e o que esperar daqui para frente. Para aqueles que apostaram no bitcoin (BTC) e outras criptomoedas, além das bolsas dos Estados Unidos, não há muito do que reclamar. 

Nos primeiros meses do ano, o BTC renovou as máximas históricas, a US$ 73.750,07 em março. Desde então, a maior moeda virtual do mundo ronda o patamar acima dos US$ 60 mil, ainda que tenha furado esse suporte pontualmente.

Notícias boas não faltaram para o mundo cripto. A aprovação dos primeiros fundos de índice (ETFs, em inglês) de bitcoin à vista (spot) nos Estados Unidos ajudaram a impulsionar as cotações. Até mesmo o ethereum (ETH) ganhou o seu próprio.

Na visão de Pedro Lapenta, head de research da Hashdex, não é exagero dizer que esse é o maior lançamento de ETFs da história.

Os números não o deixam mentir: em uma semana, o saldo líquido de aporte desses produtos chegaram aos US$ 1,2 bilhão.

Gestoras trilionárias, como a BlackRock e Fidelity, estão por trás desses lançamentos, dando um “novo ar” ao mercado cripto como um todo. 

Além disso, o halving, evento mais esperado do ano no universo das criptomoedas, também aconteceu.

O halving reduziu a oferta de BTCs no mercado, tornando o ativo cada vez mais escasso — o que, em linhas gerais, tende a gerar uma valorização dos preços.

Esta matéria faz parte de uma série especial do Seu Dinheiro sobre onde investir no segundo semestre de 2024.

No começo do ano, analistas com quem conversei afirmaram que o bitcoin poderia, sim, chegar a um patamar de preços entre US$ 70 mil e US$ 80 mil.

Os mais otimistas dobraram a aposta, avaliando que as cotações poderiam superar os US$ 100 mil e atingir os US$ 150 mil até o fim de 2024.

A pergunta que fica é: há espaço para uma valorização desse tamanho ainda? Confira a seguir o que os especialistas desse mercado esperam para o segundo semestre de 2024.

Bitcoin: onde estamos e para onde vamos

Para Marcello Cestari, analista e trader responsável por todos os fundos de cripatoativos na Empiricus Gestão, existe um gráfico em específico que vale a pena ficar de olho para o segundo semestre. 

Ele explica que o número de criptomoedas em posse de carteiras privadas (wallets) está maior do que aquele nas corretoras de cripto (exchanges), o que sinaliza que podemos estar “no começo para o meio do ciclo” do bull market — isto é, o período de valorização. 

Isso porque existe uma facilidade maior em vender bitcoin e outras criptomoedas dentro das exchanges. Assim, em períodos de baixa nos preços ou de realização de lucros, o fluxo para as corretoras tende a ser maior.

Do outro lado, quando há um acúmulo nas wallets, a tendência é de maior estabilidade e formação de preços. Nos atuais níveis, que se assemelham àqueles vistos no bull market de 2021, há uma forte sinalização de que o bitcoin ainda está longe do fim do ciclo de alta.

Até onde vai o preço do BTC

Se o cenário base se concretizar, Cestari, da Empiricus, acredita ser “bem factível” que o preço do bitcoin possa atingir os US$ 100 mil ou US$ 120 mil. O chefe de research da Hashdex concorda, mantendo sua previsão na faixa de US$ 100 mil.

Na visão dos analistas, o efeito do halving do começo do ano deve ser sentido no médio e longo prazo e que eles podem começar a ser sentidos em breve. “A inflação do ouro hoje é de 1%, maior que a do BTC, que está em torno de 0,8%”, explica Cestari.

Lapenta, da Hashdex, mostrou uma série de gráficos sobre o momento do BTC. Ele explica que nos três ciclos anteriores, o bitcoin apresentou uma forte valorização no período entre 360 e 500 dias (isto é, algo entre 11 e 16 meses) após o halving.

No momento, o mercado se encontra em algo próximo a 60 a 70 dias após o halving. “Naturalmente, durante esse período, há uma grande volatilidade de preços, mas a tendência é de valorização”, explica.

Além disso, ele afirma que a tecnologia do bitcoin ainda está em adocão e que a valorização deve se dar no longo prazo. “Faz parte do desenvolvimento até ficar gigante”, diz.

Em outras palavras, o bitcoin poderia se consolidar como uma reserva de valor, tendo em vista que há uma entrada ainda maior de investidores institucionais — que tendem a comprar aos montes.

Fonte: Renan Souza - 04/07/24

Site: seudinheiro

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