Satoshi Nakamoto, ETFs de Bitcoin

O Bitcoin (BTC) completa 16 anos este ano, marcando sua evolução de um experimento obscuro para um ativo financeiro global. Desde seu lançamento em 2009, a criptomoeda redefiniu os conceitos de dinheiro e descentralização, influenciando tecnologia, finanças e cultura.

Do mistério em torno de seu criador, Satoshi Nakamoto, até se tornar uma reserva de valor e sistema de pagamento, a história do Bitcoin é única. Para celebrar este marco, aqui estão 16 fatos importantes que destacam seu impacto e crescimento ao longo dos últimos 16 anos.

1. Bloco Gênesis do Bitcoin continha uma mensagem secreta

Em 3 de janeiro de 2009, o Bitcoin surgiu oficialmente com a mineração de seu Bloco Gênesis, ou Bloco 0. Diferente dos blocos posteriores, o Bloco Gênesis foi codificado no código-fonte do Bitcoin e não gerou uma recompensa na criptomoeda, uma ação deliberada de seu criador misterioso, Satoshi Nakamoto.

Inserido neste bloco estava um trecho de texto do The Times: “The Times 03/Jan/2009 Chancellor on brink of second bailout for banks.” Esta inclusão foi tanto um registro de data quanto uma crítica ao sistema financeiro tradicional, destacando o objetivo do Bitcoin de descentralizar o dinheiro.

raw dumps of the genesis blockBloco Gênesis. Fonte: Bitcointalk

Hoje, o Bloco Gênesis permanece uma parte icônica da história do Bitcoin, frequentemente referenciado em discussões sobre suas origens e propósito. Sua criação estabeleceu a base para 16 anos de operação e crescimento contínuos do Bitcoin, transformando-o em um movimento mundial.

2. Satoshi Nakamoto enviou 10 BTC para Hal Finney na primeira transação

Em 12 de janeiro de 2009, Satoshi Nakamoto realizou a primeira transação registrada de Bitcoin ao enviar 10 BTC para o renomado cientista da computação e criptógrafo Hal Finney.

Finney, um dos primeiros a adotar e contribuir para o Bitcoin, havia baixado o software no dia de seu lançamento e famosamente tuitou, “Running bitcoin,” em 11 de janeiro de 2009.

3. Criador do Bitcoin permanece desconhecido até hoje

O criador do Bitcoin, conhecido apenas pelo pseudônimo, permanece um dos maiores mistérios do mundo das criptomoedas. Em outubro de 2008, Satoshi publicou o whitepaper do Bitcoin, intitulado Bitcoin: A Peer-to-Peer Electronic Cash System, que descreveu a estrutura para uma moeda digital descentralizada. Apesar de muita especulação, ninguém jamais confirmou a verdadeira identidade de Satoshi.

Satoshi se comunicou com os primeiros desenvolvedores e entusiastas por meio de fóruns e e-mails, ajudando a refinar a rede até desaparecer em abril de 2011. Algumas teorias sugerem que Satoshi é uma única pessoa, enquanto outras acreditam que pode ser um grupo de desenvolvedores trabalhando sob o pseudônimo.

O desaparecimento de Satoshi deixou o projeto nas mãos de sua comunidade, promovendo o ethos descentralizado que ele incorpora hoje. Quem quer que Satoshi seja — ou tenha sido — sua visão criou uma tecnologia que remodelou as finanças globais.

4. O whitepaper do Bitcoin está embutido na blockchain

Em 2013, um indivíduo anônimo tomou uma medida única para preservar as origens do Bitcoin ao incorporar o whitepaper do Bitcoin diretamente na blockchain da criptomoeda. Isso foi feito por meio de uma transação específica que incluiu o texto do whitepaper codificado como metadados.

O design imutável da blockchain garante que o whitepaper do Bitcoin estará sempre disponível para qualquer pessoa que use a rede. Ao adicionar o whitepaper à blockchain, o indivíduo combinou as ideias originais do Bitcoin com a própria tecnologia, mostrando a profunda conexão entre a criação da criptomoeda e seu sistema descentralizado.

5. A primeira transação em um novo bloco BTC é chamada de transação coinbase

A primeira transação em cada novo bloco de Bitcoin é conhecida como transação coinbase. Diferente das transações regulares, ela não possui entradas, pois gera novos Bitcoins como recompensa de bloco para os mineradores. Esta transação inclui tanto o subsídio de bloco — atualmente 6,25 BTC após o halving de 2024 — quanto quaisquer taxas de transação do bloco.

Curiosamente, a popular exchange de criptomoedas Coinbase derivou seu nome deste termo, homenageando o mecanismo do Bitcoin para criar novas moedas. Embora o termo seja específico do design técnico do Bitcoin, o nome da exchange reflete sua conexão com o processo fundamental da blockchain.

6. Cerca de 4 milhões de BTC estão perdidos para sempre

Em 2025, estima-se que 20% de todo o Bitcoin — aproximadamente 4 milhões de BTC — está inacessível devido a chaves esquecidas, carteiras de hardware perdidas ou acesso a contas perdido. A maior parte disso ocorreu nos primeiros anos do Bitcoin, quando seu valor era baixo e as práticas de armazenamento adequadas não eram amplamente compreendidas.

Alguns usuários esqueceram senhas de suas carteiras, enquanto outros descartaram dispositivos antigos contendo chaves privadas, sem saber do potencial futuro do Bitcoin. O caso infame de James Howells, que acidentalmente jogou fora um disco rígido com 8.000 BTC em 2013, continua a fazer manchetes enquanto ele financia buscas massivas em aterros para recuperar o tesouro perdido.

7. 10.000 BTCgastos em duas pizzas na primeira transação real

Em 22 de maio de 2010, o Bitcoin foi usado para comprar algo no mundo real pela primeira vez. Um programador chamado Laszlo Hanyecz pagou 10.000 BTC por duas pizzas, que custavam cerca de US$ 40 na época. Entusiastas agora celebram este dia anualmente como o Bitcoin Pizza Day, destacando um momento importante em sua história.

Naquela época, o Bitcoin valia quase nada, mas aqueles 10.000 BTC agora valem centenas de milhões de dólares. A transação ocorreu através de um fórum de Bitcoin, onde Laszlo ofereceu as moedas em troca de pizza. Outro usuário aceitou a oferta e encomendou duas pizzas da Papa John’s para ele.

8. Fortuna de Satoshi Nakamoto permanece intocada

Em 2025, o estimado 1,1 milhão de BTC minerado pelo criador pseudônimo do Bitcoin permanece intocado. Várias carteiras armazenam esses ativos, valendo cerca de US$ 100 bilhões.

O mistério da identidade de Nakamoto e as moedas inativas continuam a alimentar especulações sobre as origens do Bitcoin. Alguns teóricos acreditam que as moedas servem como um testemunho do ethos descentralizado do Bitcoin, enquanto outros sugerem que a ausência de Nakamoto destaca a independência da tecnologia de qualquer autoridade central. Esta fortuna intocada simboliza o status único do Bitcoin como um sistema financeiro verdadeiramente sem confiança.

9. Primeira estátua de Satoshi Nakamoto no mundo está em Budapeste

A primeira estátua do mundo em homenagem ao criador do Bitcoin, Satoshi Nakamoto, está no Graphisoft Park, em Budapeste, Hungria. Inaugurada em 16 de setembro de 2021, a escultura de bronze apresenta uma figura encapuzada com um rosto reflexivo e sem características, simbolizando o anonimato de Nakamoto e permitindo que os espectadores se vejam, incorporando a ideia de que “somos todos Satoshi”.

Em outubro de 2024, uma estátua “desaparecendo” de Satoshi Nakamoto foi instalada em Lugano, Suíça. Esta obra de arte única, localizada em frente à Villa Ciani de Lugano, apresenta uma figura sem rosto trabalhando em um laptop. Seu design cria um efeito de transparência quando visto diretamente de frente ou de trás, simbolizando a identidade elusiva de Nakamoto.

10. Bitcoin apareceu em filmes populares

O Bitcoin se tornou um tema popular na mídia, aparecendo em filmes como Dope (2015), onde personagens usam Bitcoin para um negócio online, e em programas de TV como Billions e Mr. Robot, explorando seus aspectos financeiros e revolucionários.

Documentários como Banking on Bitcoin (2016) e The Rise and Rise of Bitcoin (2014) narram suas origens e impacto crescente, enquanto Cryptopia (2020) examina seu lugar no ecossistema blockchain.

O Bitcoin também apareceu na cultura pop, desde The Simpsons prevendo humoristicamente seu futuro até South Park retratando-o como uma moeda dominante. Essas representações destacam a jornada do Bitcoin de uma curiosidade tecnológica a um fenômeno cultural.

11. Transação de Bitcoin enviada com sucesso da estratosfera

Em agosto de 2016, a empresa de mineração de criptomoedas Genesis Mining conduziu um experimento ao enviar a primeira transação de Bitcoin do espaço. Usando um balão meteorológico equipado com uma carteira de Bitcoin e um modelo 3D de um Bitcoin, a carga útil atingiu uma altitude de 34 quilômetros (cerca de 21 milhas) na estratosfera.

Durante o voo, a equipe transmitiu com sucesso uma transação de Bitcoin para a carteira a bordo do balão meteorológico. Este feito notável demonstrou a resiliência do Bitcoin e sua capacidade de operar independentemente da infraestrutura tradicional, mesmo em condições extremas. O experimento simbolizou o potencial ilimitado da tecnologia descentralizada, mostrando como o Bitcoin pode transcender fronteiras geográficas e conectar usuários em todo o mundo — e potencialmente além.

12. 60% da mineração de Bitcoin agora é movida por energia renovável

A mineração de Bitcoin, frequentemente criticada por seu impacto ambiental, viu uma mudança em direção à sustentabilidade em 2024. Energias renováveis agora alimentam cerca de 60% das operações globais de mineração de Bitcoin, segundo relatórios do setor.

As empresas de mineração estão cada vez mais localizando instalações próximas a barragens hidrelétricas, fazendas solares e fontes de energia eólica para reduzir sua pegada de carbono e aproveitar os menores custos de energia. Mineradores de Bitcoin também estão explorando soluções energéticas inovadoras, como utilizar gás natural isolado ou energia excedente da rede que, de outra forma, seria desperdiçada.

13. Mais de 95% da oferta de Bitcoin já foi minerado

O protocolo do Bitcoin limita sua oferta a 21 milhões de moedas, criando escassez semelhante a metais preciosos como o ouro. Este limite fixo ajuda a prevenir a inflação e torna o Bitcoin um ativo deflacionário.

Em 2025, mais de 19,9 milhões de BTC foram minerados, restando menos de 1,1 milhão de moedas a serem criadas. Esta oferta limitada contribuiu para o status do Bitcoin como “ouro digital”, atraindo investidores em busca de proteção contra a inflação. A escassez do Bitcoin aumenta porque estima-se que 20% de todos os BTC minerados foram perdidos, trancados em carteiras com chaves esquecidas ou contas inacessíveis.

14. Participações institucionais em Bitcoin superam reserva de Satoshi Nakamoto

No final de 2024, as participações institucionais de Bitcoin, principalmente através de ETFs à vista, excederam 1,1 milhão de BTC, superando as participações do criador pseudônimo do Bitcoin. Este desenvolvimento destaca a crescente adoção institucional da criptomoeda como uma classe de ativos legítima.

Grandes instituições financeiras, incluindo BlackRock e Fidelity, lançaram ETFs de Bitcoin, atraindo investimentos substanciais e contribuindo para a aceitação do Bitcoin nas finanças tradicionais.

15. Proposta de Reserva de Bitcoin ganha força mundialmente

No final de 2024, discussões sobre integrar Bitcoin nas reservas nacionais ganharam força, com economias desenvolvidas e emergentes explorando seu potencial. Nos EUA, legisladores e especialistas financeiros propuseram alocar uma parte das reservas federais ao ativo, citando seu suprimento limitado e independência do controle centralizado como vantagens principais. Defensores argumentam que incluir Bitcoin poderia proteger contra a queda da dominância do dólar e diversificar os ativos de reserva, junto com holdings tradicionais como ouro.

Enquanto isso, mercados emergentes deram passos concretos em direção à adoção do Bitcoin nas reservas. Na Suíça, propostas políticas instaram o Banco Nacional Suíço a diversificar suas reservas incluindo BTC. Da mesma forma, a Alemanha tem visto discussões sobre o Banco Central Europeu considerar o Bitcoin para suas estratégias de reserva digital, impulsionadas pelo crescente interesse em alternativas descentralizadas.

16. Resiliência da rede supera 16 anos sem interrupções

Em 2025, o Bitcoin alcançou um marco sem precedentes: mais de 16 anos de operação contínua sem um único momento de inatividade da rede. Este feito destaca a confiabilidade inigualável da infraestrutura descentralizada do ativo, mantida por milhares de nós e mineradores distribuídos globalmente.

Diferente dos sistemas financeiros centralizados, que são propensos a interrupções e ataques cibernéticos, a rede demonstrou resiliência contra ameaças, incluindo grandes hacks, repressões regulatórias e desafios técnicos. Mesmo durante períodos de alto volume de transações, como no final de 2024, quando o BTC ultrapassou US$ 100 mil, a rede continuou a processar transações de forma segura e eficiente.

O artigo 16 fatos sobre o Bitcoin no seu 16º aniversário foi visto pela primeira vez em BeInCrypto Brasil.